domingo, 27 de novembro de 2011

Mad Alice: Capítulo 2-

Alice gritava. Um homem de chapeu dizia que ela era destinada a alguma coisa. Alguém queria a matar. Um rainha tentava a prender. Largartas falavam. Lebres riam. Alice era puxada de lado a lado. Suava, gritava e se debatia. O homem de chapéu disse:

– Alice, sua hora chegou. Ela quer você morta.

–Alice! Querida, está tudo bem?- perguntou a voz do avô.

Auguste estava sentado ao lado da cama de Alice, e era dia. A menina se sentou na cama e olhou para os lados. "O que era aquele sonho? E por que ele se repetia todas as noites? A unica coisa que mudou foi final... Quem me quer morta?" Pensamentos horríveis assombravam Alice.

–Lice, querida, foi só um pesadelo. Fique calma.-disse Auguste, com a voz gentil.

Alice levantou e se trocou, colocando um belo vestido azul. No café da manhã, Alice não comeu nada.

–Ora, vá aproveitar o ar puro, menina! Assim talvez seu apetite aumente!

Alice se preparou para sair pelos jardins.Auguste a parou na porta, dizendo:

–Querida, você não deve ultrapassar a cerca. Nunca se sabe o que tem na floresta, entende?- mas Alice sabia que ele sabia muito bem o que tinha atrás da cerca.

Alice prometeu que ficaria longe e seguiupelos jardins. A garota andou por alguns minutos antes de chegar ao limite: a cerca. Pensou nas ordens do avô, mas pulou a cerca. Talvez encontrasse inspiração por lá.

Andou por mais alguns minutos até chegar a uma toca de coelho. Ajoelhou- se olhou dentro do buraco. Parecia profundo demais para ser uma toca de coelho, mas não conseguiu pensar mais do que isso, por que sentiu um empurrão e caiu.

Sentiu que ia mergulhando na escuridão, o medo a dominando a cada instante. "O que está acontecento? Isso é mais um sonho?" ,era o que pensava.

Alice bateu num chão de madeira, e caiu pesadamente no chão. Levantou e olhou em volta. O lugar era todo feito de espelhos, menos as sete portas, com diferentes formatos e materiais. Alice tentou abrir todas elas, enquanto tentava não desmaiar. Aquela batida realmente doera. Ao ouvir um barulho vindo do corredor escuro, arrancou uma das barras de ferro da porta.

– Hum... Você pretende matar alguém com isso?- perguntou uma voz,debochada.

Alice se virou. E percebeu, com horror, que quem falava com ela era seu proprio reflexo. Reparou, então, que a fisionomia de todos os reflexos era diferente do horror que ela sentia. Expressavam tranquilidade, alguns até sarcasmo.

–Como disse? - perguntou ao espelhoque falava com ela.

–Perguntei se pretente matar alguém com isso.- repetiu, indiferente.

–Não... eu não sou uma assasina.... isso é apenas para proteção

–Sei... - riu outro reflexo.- Acho que está um pouco esquecida...Não se lembra do que fez com o coelho?

O fato era que Alice não se lembrava. Sobre o que aqueles espelhos estavam falando?

– Ah... não?- o reflexo fez beicinho- Acho que vamos ter que te lembrar.

E ele deu lugar a imagem de duas garotas, uma ruiva e a outra era Alice. As meninas corriam atras de um coelho, e a menina ruiva trazia uma faca nas mãos. Um brilho assasino brilhava nos olhos de cada uma. Alice ria, enquanto a menina ruiva agarrava o coelho e enfiava a faca na base da barriga do coelho.

Alice, a verdadeira, gritou. Como assim? Como não se lembrava disso?? Era a pior imagem que já vira na vida. Alice agarrou a barra de ferro e bateu no espelho, quebrando- o.

O espelho, imediatamente, começou a sangrar. Um líquido vermelho se misturou aos cacos. Os outros reflexos riam histéricamente.Alice quebrou todos, com o cabo de ferro. Quanto terminou, a sala estava coalhada de cacos de vidro e sangue escuro.

Alice tentou, novamente, abrir cada uma das portas, sem resultados. Suava frio, e os cabelos estavam bagunçados e com galhos presos nele.

Uma voz veio pela escuridão, e um vulto pequeno veio do corredor.

–Alice, apenas eu tenho a chave... será que não se lembra?- perguntou um coelho branco.



Notas finais do capítulo

Alice chegou... mas será que irá sobreviver? Que mundo estranho era aquele. E como Alice poderia ter matado um coelho e não se lembrar?


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