Dorothy tinha os olhos marejados de lágrimas ao ver a fotografia na mesa de cabeceira. Era uma foto de seus pais, ao 20 anos, sorrindo para a foto. Morreram pouco depois daquela foto, num acidente (que a tia Em não queria revelar qual fora), quando a menina tinha 2 anos.
Virou- se para a janela, e olhou tinha Em. Não era parecida com a mãe, tinha cabelos loiros e lisos, enquanto a mãe tinha cachos escuros. Já Dorothy, tinha os cabelos castanhos arruivados, e tinham uma mistura de cachos e mechas lisas.
Sentia raiva do lugar onde estava, e sentia nojo de seus tios. Então, naquele momento, tomou uma decisão repentina.Estava cansada daquilo.
Juntou seu dinheiro (recebia 50 reais todo mês) e pegou um casaco preto de avidor. Ia para a loja dos Hastings. A loja dos Hastings era o único lugar no Kansas onde vendiam coisas legais, como coturnos verdadeiros, roupas pretas (por que lá só vendiam isso se fosse serviço fúnebre) e maquiagem decente. E Ben trabalhava lá, pensou Dorothy, se animando.
Ben Hastings era filho do proprietário da loja, o sr Hastingns, e era o melhor amigo que ela tinha.
Dorothy entrou na loja e deu de cara com Ben. Seu cabelo era castanho e meio comprido, e os olhos cor de mel. era alto para seus dezoito anos, e usava uma camisa branca. A menina, aos doze nos, tivera uma quedaa por ele, mas isso já era passado...
Ben olhou para ela perguntou, entrando por trás do balcão.
– O que vai querer, Dor?
– Bom dia para você também, Ben!- disse, em um tom de falsa animação.
– Ah, desculpa, eu estou meio de mau humor... então, como vai tia Em?
– Quer mesmo saber?- Perguntou Dorothy, fazendo Ben sorrir.
– Hum... tá, o que vai querer?
– Primeiro vou querer Valium, três, ok? É isso, vou dar uma olhada nas roupas.
–Haha, até parece! Não vou te vender tudo isso!
– Ah, vai sim! Por que não venderia?
–Por que me preocupo com sua saúde!
Dorothy revirou os olhos, confusa. Era impressão dela ou Ben estava flertando com ela? Deus, ela o conhecia desde os 4 anos, e agora começara com aquilo?
Virou de costas e foi olhar as roupas, parando em uma jaqueta jeans e pegando mais delineador. Levou as coisas para o caixa.
–Então, eu não me lembro de ter te vendido esta saia...- ele apontou para a roupa de Dorothy.
A menina usava uma camiseta branca, e uma saia curta preta e coturnos pretos com cadarços roxos.
–Hã, era de tia Em... Cloe me ajudou a encurtar... Em ficou uma fera!- acrescentou, revirando os olhos verde- esmeralda.
– Ouvi meu nome?- gritou Cloe, saindo da despença. Era muito parecida com Ben, fora os olhos exageradamente delineados, que eram pretos, e ela era da idade de Dorothy.- Hey, Dor!
–Oi, C!- (Dorothy a chamava assim por que dizia que não tinha apelido para Cloe) As meninas se abraçaram, e Dorothy sorriu.
– Bem, me deixe arrumar suas coisas! Já volto!- e voltou para a dispença, voltando alguns minutos depois, com uma cesta de madeira, onde as compras de Dorothy estavam cuidadosamente dobredas. Ela entregou a menina. - Ownt, eu não tinha reparado em voccê, pequeno!
Ela pegou Totó, que estivera dormindo em uma canto, no colo, e fez carinho na cabecinha felpuda dele.
Dorothy andou até a janela, e gemeu baixinho.
–Parece que um ciclone está vindo, né?- indagou Cloe, ao seguir o olhar da amiga.
Dorothy tirou o cachorrinho cuidadosamente das mão de Cloe e o colocou na cesta- coube perfeitamente- onde ele voltou a dormir.
– Hum, vocês acham que Em já reparou? Por que este é inesperado!
– Ai, não sei não... Nosso pai sempre sempre sabe quando vem um, e desta vez ele só reparou no almoço!- disse Ben, indeciso. Ao ver Dorthy se aproximar da porta, indagou:- Onde você vai?
– Avisar meus tios!
Ben agarrou o braço de Dorothy.
–Dor, não!
–Ben, por favor!- a garota se desvencilhou- É minha única família.
E, com isso, saiu porta a fora. Ben gritou por ela, mas era tarde demias. Dorothy se fora.